Horário de Funcionamento
das 09:00 às 17:00
Travessa Frei Jaime, 40 - 1º Andar
Centro - Irati, PR

Rota do Equilíbrio é nova alternativa de turismo no interior de Irati

Da Redação, com reportagem de Jussara Harmuch 

Um novo empreendimento que visa atrair atenção turística para o interior de Irati foi lançado durante reunião mensal do Conselho Municipal de Turismo, no dia 3 de dezembro. Trata-se da Rota do Equilíbrio, no Pinho de Baixo.

Localizada a aproximadamente dez quilômetros da BR-277, no Pinho de Baixo, a Colônia de Equilíbrio Dom Inácio de Loyola foi aberta em 2018 e é um espaço de meditação e prática de terapias alternativas.

O projeto também envolve a agroecologia. “Teremos o Caminho de Amor à Terra, onde as pessoas que vierem vão poder trocar informações, aprender um pouco sobre como tratar aterra para obter alimentos saudáveis, sem agrotóxico”, explica a proprietária da Colônia de Equilíbrio, Maria Cristina Medeiros Mazza, zooctenista com mestrado em Genética e doutorado em Recursos Naturais e Conservação da Biodiversidade. Maria Cristina está há 26 anos no Paraná e, há 15, em Irati.

A propriedade aplica também a proposta da conservação da árvore do buriti. “Nesse aspecto da conservação, trouxemos esse enfoque por acreditar que, além de ser um resgate cultural, de um valor imemoriável, acho que o resgate junto a uma espécie tão importante, que é o buriti-palito, já que vem do quaternário. Tudo isso vem a agregar, somar esse espírito de leveza, de resgatarmos uma visão mais positiva de nós mesmos, da vida, da nossa essência”, diz.

A conservação da espécie tem ocorrido através do estímulo à produção de muda. Em paralelo, o extrativismo da planta atende também ao artesanato. “Esse trabalho do chapéu,eles têm todo o cuidado na hora da colheita e nós fizemos um pequeno estudo, um pequeno ensaio, e vimos que o próprio manejo, retirando as folhas, o manejo sustentável, até propicia, permite um florescimento maior das árvores, a produção de frutos. Tudo isso está sendo trabalhado junto à comunidade para que, no âmbito maior, essa espécie possa não desaparecer, para que nossos filhos e netos, as próximas gerações, possam conhecê-la”, diz.

Todo o processo de fabricação dos chapéus é artesanal, desde o recolhimento das folhas que serão aplicadas nos chapéus de palha. “Não são todas as pessoas que sabem coletar a palha sem danificá-la. Depois, é feito todo o tratamento, um processamento manual, em que elas colocam a palha no sol para secar, até clarear, branquear,porque elas fervem. É um processo muito bonito, porque traz o resgate do trabalho em família”, afirma.

Angélica Aparecida Vidal Fernandes e Valdete Fernandes atuam na confecção dos chapéus de palha de buriti há pouco tempo. A atividade, porém, é transmitida de geração em geração.“Minha bisavó já fazia, minha avó faz”, conta a artesã Angélica. Valdete, por sua vez, aprendeu o ofício com a sogra.

A comunidade do Pinho de Baixo está animada com a potencialidade da Rota do Equilíbrio em atrair mais turistas para a região e já está pronta para acolhê-los: Vilma Zarpelon Zanlorenzi, com o restaurante de comida típica italiana; Inez Zanlorenzi Visinoni, com uma pousada e Romilda Zanlorenzi, com passeios de charrete e trilhas pelo mato. “A comunidade tem bastante coisa boa a oferecer.Descanso, sossego, lazer”, comenta Vilma.

Na Rota do Equilíbrio, as vinícolas serão abertas à visitação, assim como ocorrerão apresentações de grupos folclóricos que preservam a cultura típica italiana.“Estamos querendo formar uma cooperativa de vinho. O centro seria no depósito que o senhor Luiz Alcione Cosmos está legalizando. Vamos fabricar todos juntos.Aqui ainda tem quatro produtores de uva e se formos fazer vinho, vamos fazer todos ali”, conta o produtor Miguel Rossa. O barracão que deve abrigar a cooperativa fica na própria comunidade, em frente à igreja.

Os produtores de uva da região do Pinho de Baixo se reuniram com o governador Carlos Massa Ratinho Júnior, no Palácio do Governo, para tratar da aquisição, pelo Estado,do suco de uva para ser distribuído na merenda escolar. “Aqui pouco se produzia suco, mais para vender para as famílias mesmo. O governo garantiu a compra para ser distribuído nas escolas”, afirma Rossa. Os produtores terão facilidades para financiar o maquinário que será utilizado para aumentar a produção. “O governo vai subsidiar para que sejam plantadas mais parreiras, para gerar emprego”, completa.